Decorreu em Montreux o I Capítulo da Confraria de Saberes e Sabores de Portugal na Suíça Francófona, que entronizou três Confrades de Mérito, doze Cavaleiros e oito Comendadores.
O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo fez-se representar pelo Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da Beira, José Ernesto Silva, que liderou também a comitiva desta Confraria, composta por Odete Madeira, Meirinha Gastronómica, e Manuela Esteves, Meirinha Enófila.
Foram entronizados António Ricoca Freire; embaixador de Portugal na Suíça; Miguel Calheiros Velozo, Cônsul Geral de Portugal em Genebra; Maria Ester Vargas, Adida Social da Embaixada de Berna, Amélia Fernanda dos Anjos Pessoa, professora; Lurdes Gonçalves, coordenadora do Ensino Português na Suíça; Christophe Chappuis, empresário de restauração e Armando Loureiro, empresário de construção civil, que receberam o título de Comendador.
A constituição desta nova Confraria em muito se deve a Luís Chaves, natural de Viseu, que é também o Almoxarife da mesma. Um trabalho a realçar e que protagoniza o querer e a vontade beirã em terras helvéticas para a criação de uma Confraria que defende a tradição cultural e a gastronómica da Beira na Suíça francófona.
Na cerimónia, as capas foram abençoadas pelo padre João Sampaio, que teceu rasgados elogios ao trabalho desenvolvido pela comunidade portuguesa naquela região.
De realçar a presença de uma comitiva da Confraria de Saberes e Sabores de Portugal em Zurique, liderada pelo seu Almoxarife Jorge Rodrigues, bem como das Confrarias Gastronómica da Madeira e dos Carolos e Papas de Milho, de Tondela, representada por Elisabete Ferreira e Cília Simões. Marcaram também presença Krystin Bise, da Câmara de Montreux, e do deputado da Assembleia da Republica, pelo ciclo da Europa, Paulo Pisco.
No uso da palavra, o Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, que apadrinhou a nova Confraria, destacou o trabalho que tem sido desenvolvido junto da comunidade portuguesa na Diáspora, nomeadamente com a realização de cursos com dirigentes Associativos e parcerias com as Confrarias na Suíça, Brasil, Canadá e futuramente noutros países. José Ernesto Silva elogiou o trabalho de Luís Chaves e restantes elementos, agradecendo também às Confrades que o acompanharam, Odete Madeira e Manuela Esteves, pelo trabalho, apoio e colaboração prestados na Confraria.
O Embaixador de Portugal na Suíça elogiou a iniciativa, aproveitando a ocasião para desafiar a comunidade portuguesa a desenvolver mais eventos deste género que promovem e divulgam a cultura lusa.
Usaram também da palavra Miguel Calheiros Velozo, Cônsul Geral de Portugal em Genebra, e do deputado Paulo Pisco.
Luís Chaves encerrou a cerimónia, agradecendo a presença de todos. O Almoxarife da Confraria Suíça enalteceu também o trabalho e o apoio da Confraria-mãe, na pessoa de José Ernesto Silva, fazendo também um desafio às autoridades presentes no sentido de apoiar e ajudar a promover este tipo de iniciativas.
O capítulo foi abrilhantado por uma Tuna Helvética, pela fadista Diana Gil e terminou em grande com Isabel Silvestre, acompanhada por Abel Moura, que foi muito aplaudida pelos presentes. O almoço promoveu a gastronomia portuguesa e foi regado com vinhos do Dão oferecidos pela Quinta de Lemos, Adega de Silgueiros e Lusovini.
A Confraria dos Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco”, exactamente nesta ordem, tem sabido, desde a sua criação, levar a cultura dos saberes e dos sabores da região de Viseu, e por que não dizê-lo, de todo o país, pelos quatro cantos do mundo.E tem sabido, com a mestria que lhe é reconhecida, transmitir a importância das tradições, dos valores e do sentimento que é ser-se português. As suas actividades e intervenção há muito que ultrapassaram as barreiras de “Olivença”. Já chegaram para lá dos “mares nunca dantes navegados”, como também chegaram à nossa diáspora que não atravessando os mares, pelo “salto” nos anos 60 e 70 e hoje pelas oportunidades, subiram montes, desceram para os vales e fixaram-se por essa Europa fora.A Confraria dos Saberes e Sabores da Beira, ciente da sua importância para quem longe da sua pátria, vai-se alimentando de tudo o que é da sua terra, soube, como poucas organizações, ter um papel ativo, fundamental e em alguns casos até imprescindível, para que as saudades, tipicamente portuguesas, fossem atenuadas, com as lembranças de um Portugal riquíssimo nas tradições culturais e na nossa incomparável gastronomia.Ao termos a oportunidade de trazermos a confraria para terras helvéticas, não hesitamos nem um segundo. Tínhamos agora mais uma razão para alimentar, este em sentido muito amplo, o orgulho que é ser-se de um pequeno país, mas enorme na sua história. Trabalhamos em conjunto para que a confraria fosse uma realidade na Suíça Romana, para que os milhares de portugueses que por aqui têm feito a sua vida, muitos com elevado sucesso e que são um orgulho para todos nós, pudessem rever-se numa instituição que prima toda a sua actividade, na transmissão dos valores mas também do conhecimento, do melhor que temos em Portugal – a nossa cultura e a nossa gastronomia.Estamos empenhados em continuar o trabalho feito pela casa mãe. Um trabalho que é para nós uma referência. Queremos, numa primeira fase que a confraria seja dada a conhecer aos portugueses que vivem hoje nesta região da Suíça, para depois poder levar esta forma de se ser português a outros cantos deste país que nos acolheu, e numa terceira fase, dar a conhecer aos nacionais da Suíça do orgulho que temos na cultura e na gastronomia portuguesa. Queremos que as novas gerações de filhos de portugueses, alguns sem referências sobre a vaidade que ostentamos na nossa pátria, possam conhecer, as nossas tradições, a nossa cultura e sobretudo este sentimento único que é: o ser-se português.Esperamos pois conseguir tudo isto. Esperamos que, com a ajuda da Confraria dos Saberes e Sabores da Beira, consigamos levar a bom porto, esta navegação que, salvo as devidas distâncias e importância, tal qual os nossos antepassados fizeram para dar novos mundos ao mundo, agora um pouco à vista, temos a certeza que se fará depois pelo alto mar com experientes marinheiros que fazendo jus ao carater solidário do ser português, se consiga levar a quem tanto necessita, o alimento que é a cultura do nosso Portugal.
Publicado por Chaves Luis Luis em Segunda-feira, 29 de Janeiro de 2018