Isabel Silvestre – A voz de Manhouce

Isabel Silvestre – A voz de Manhouce

Isabel Silvestre – A voz de Manhouce

Fátima Macedo, folclorista do Rancho Folclórico da Casa do Distrito de Viseu do Rio de Janeiro, preparou um vídeo sobre Isabel Silvestre, confreira da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vacso’, com a colaboração de António Cardão, Fernando Luís e Zé Ernesto.

Numa altura em que o Município de S. Pedro do Sul está a candidatar as Vozes de Manhouce a Património Cultural Imaterial da Humanidade, é um dever destacar Isabel Silvestre como a sua principal solista, impulsionadora e dinamizadora do Grupo de Cantares de Manhouce.

Quando canta, interioriza, de olhos fechados, a letra e a música que lhe sai da alma. Estremecemos quando o eco da sua voz nos entra pelos ouvidos e nos bate forte no coração. Este sentir profundo, numa comunhão de quem canta e de quem ouve, reforça-se nos cânticos de carácter religioso. Canta a Miraculosa e logo se abre um clarão entre a Terra e o Céu. Como ela sempre refere, em Manhouce, começa-se a cantar na barriga da mãe ou, no seu caso, da tia ou das tias.

Etnograficamente, Isabel Silvestre é a típica mulher de Manhouce. Bonita, alta, bem constituída e desempenada. O seu sorriso permanente faz realçar o brilho do oiro que lhe ornamenta o trajo. O seu falar característico é a síntese cultural de uma terra criada com os ares do mar e o vento da serra. A sua boa disposição e simpatia é a melhor recordação que guardamos da professora Isabel.

Texto: Fernando Luís