História

História Dos Nossos Patronos

A Confraria tem como Patrono GRÃO VASCO, pintor renascentista; o INFANTE D. HENRIQUE, primeiro Duque de Viseu, como patrono do Concelho Enófilo; AQUILINO RIBEIRO, escritor, como patrono do Concelho Gastrónomo; e AUGUSTO HILÁRIO, poeta e fadista, como patrono do Conselho de Artes e Tradições.

GRÃO VASCO

Grão Vasco, o celebrizado pintor do pré-renascimento e do renascimento português dá o nome à Confraria de Saberes e Sabores da Beira. A escolha não poderia ter sido mais feliz, porque a personalidade deste grande artista viseense, Vasco Fernandes, impõe-se no imaginário beirão como uma das mais significativas e relevantes figuras que levaram longe a grandeza e o valor das gentes laboriosas da Beira. Pintor genial, cedo se transformou num verdadeiro embaixador artístico de Viseu, correspondendo a diversas encomendas que lhe foram sendo feitas ao longo dos anos da sua vida profissional, em intensa atividade desde os inícios do século XVI até à sua morte, ocorrida em 1542. Grão Vasco deixou-nos um legado de deslumbramento e magnificência na pintura do pré-renascimento e do renascimento português, bem patente nas magníficas obras que se podem apreciar em Lamego, Salzedas, Coimbra e, sobretudo, em Viseu, no nosso famoso Museu Nacional Grão Vasco, orgulho de todos os viseenses, com particular destaque para essa obra-prima do renascimento artístico nacional, a pala de S. Pedro, pintada em 1530, em razão da encomenda que lhe fora feita pelo então Bispo de Viseu, o grande intelectual e humanista D. Miguel da Silva.

Do mesmo modo, a Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco”, tem feito justiça ao seu patrono maior, levando aos quatro cantos do Mundo o património cultural, material e imaterial, das terras beirãs, promovendo o conhecimento e a partilha dos valores mais relevantes que caraterizam as gentes destas terras da Beira interior de Portugal, também ela comprometida com esse desígnio fundamental de divulgar o que de mais puro e genuíno existe na alma grande dos beirões. Da arte à literatura, do património milenar edificado à gastronomia e aos vinhos, passando pela divulgação das músicas e dos cantares populares da região, a Confraria de Saberes e Sabores da Beira “Grão Vasco” é hoje, muito justamente, o maior embaixador vivo dos usos e costumes, das tradições e do património de Viseu, cidade e região, integrada nessa comunidade maior que carateriza a região da Beira Interior.  (Agostinho Ribeiro)

 

INFANTE D. HENRIQUE

Infante D. Henrique – O Navegador, patrono do Concelho Enófilo

O Infante D. Henrique, cantado pelo nosso maior épico, integra, com o seu irmão D. Pedro, a Progênie generosa de Joane e ambos tentaram zombar da morte. Um, através da viageira indagação dos segredos da Europa culta e cristã; outro – o Infante D. Henrique -, ludibriando-a nos mares que o publique/ por seu descobridor (Camões, Lusíadas, Canto VIII, 37).

Também Fernando Pessoa, outro dos nossos mais luzentes poetas, lhe guarda, no hermetismo profético da Mensagem, um lugar de relevo. O Infante é o Timbre: A cabeça do grifo:

Em seu trono entre o brilho das esferas, / Com seu manto de noite e solidão, / Tem aos pés o mar novo e as mortas eras — / O único imperador que tem, deveras, / O globo mundo em sua mão. (F. Pessoa, Mensagem, parte 1, V). D. João II e Afonso de Albuquerque são as duas asas que sustentam o grifo acima do seu tempo, asas que Agostinho da Silva impregnou de vontade e força, capazes de alicerçar o desejado V Império, radioso em todas as direcções, desde que D. Dinis – O plantador de naus a haver (F. Pessoa, Mensagem, primeira parte, Brasão), se lançou na visionária epopeia de semear caravelas em Leiria.

Portugal, mater do Infante; os Lusíadas, canto colectivo da nobreza de um povo e a Mensagem, mescla do futuro de que é arauto e exemplo, têm, em conjunto, uma peculiar singularidade: os três vocábulos, como se uma tríade os unisse, têm oito letras! O oito é, universalmente, o número do equilíbrio cósmico, sendo também o número de pontas da Cruz da Ordem dos Templários que, a seu tempo, originaria a Ordem de Cristo, cujo símbolo, desenhado nas caravelas de quinhentos, nos levou além da Taprobana, dilatando a fé e o império.

Nasceu no Porto, em 1394. Em 1415, em Ceuta, foi armado cavaleiro, depois de dura peleja pela conquista da cidade. Este ano marca definitivamente a sua ligação à Comarca da Beira, composta pelos almoxarifados da Guarda, Viseu e Lamego, sendo-lhe, nesta data, outorgado o título de primeiro Duque de Viseu. Em 1420, o papa Martinho V designou-o administrador da Ordem de Cristo, cargo que desempenhou até à morte (1460), através da bula in apostolice dignitatis specula.

Como patrono do Concelho Enófilo existe comprovada notícia do seu companheirismo, da sua alegria e da sua disposição para celebrar a boa comida e os bons vinhos do Dão (brancos, vermelhos e malvasias), que, em muitas circunstâncias, navegavam com os descobridores.

O mundo desconhecido dos congéneres europeus vivificava, por séculos, na figura intemporal do Infante D. Henrique, artífice da primeira grande e amistosa globalização. Visionário contra os velhos do Restelo, nele mora a nossa maior empresa de pequeno povo, mas de sagaz e infinita tenacidade para levantar padrões nas mais diversas pontas da rosa-dos-ventos. Honrá-lo na Confraria de Saberes e Sabores da Beira é continuar, imparável, o seu desígnio fraterno nos mares que envolvem o nosso Universo. (Jerónimo Costa)

AQUILINO RIBEIRO

Aquilino Ribeiro, escritor, patrono do Concelho Gastrónomo

Desde Abril de 2002, data da criação da Confraria de Saberes e Sabores da Beira – Grão Vasco, que Mestre Aquilino Ribeiro, nascido no Carregal (Sernancelhe), em 1885, se entronizou como patrono do Concelho Gastrónomo. Nele coincidem, na condescendente perfeição humana, os saberes e os sabores da Beira. Figura destacada das letras portuguesas, artífice da língua, cidadão do mundo, portador do léxico das nossas raízes, escritor intemporal; seguir a sua escrita é folhear um álbum fotográfico, refrescar-se na sombra dos castanheiros, ouvir o chilrear das aves, identificá-las e, já em êxtase, penetrar na essência das gentes das Beiras.

Em mais de meia grosa de livros e de muitas e tormentosas jornadas de combate pela liberdade, Aquilino, percorrendo géneros literários tão diversos como o conto e o romance, a biografia e o ensaio histórico, o teatro ou a literatura infantil, em todos eles deixou o perfume da nossa Beira e nacos saborosos da nossa cultura gastronómica, descritos com tal elevação literária, que a água na boca e as saudades nos deixam a congeminar sobre formas e lugares de saciar o ímpeto do apetite, sempre numa roda de amigos. A marrã, o arroz de lebre, as trutas da Paiva, de escabeche, trazidas da Soutosa e partilhadas na emblemática Feira de S. Mateus, são pequenas grandes legendas da mesa farta que, a cada passo, se abre, com irónica naturalidade, nas suas páginas de escrita.

Quem não tem paladar não tem carácter é uma das suas inscrições preparatórias da consagração da mesa, que é complementar de um outro solene aviso: O pior dos crimes é produzir vinho mau, engarrafá-lo e servi-lo aos amigos.

Aquilino Ribeiro desfruta a eternidade, desde 19 de Setembro de 2007, no Panteão Nacional, mas o maior galardão que lhe podemos conceder é viajar pela sua obra, onde abundam os pitéus das letras, capazes de saciar a nossa permanente fome de saber e sabor.

Da sua grandeza de homem e escritor ficam três rótulos para abrir o apetite:

A Beira Alta não tem símile no mundo. Em poucas dezenas de quilómetros reproduz-se a terra toda: amenidade e braveza, a colina e o vale, a civilização e a selvajaria. (Aldeia, Terras e Bichos)

O meu pátio não é grande como o eido das herdades lá para o Sul (…) mas é acolhedor, aconchegado e aberto a quem vem. (Geografia Sentimental)

Na Primavera alteiam-se do solo, pelos caminhos trilhados, flores que a botânica dos sábios ainda não teve ocasião de descobrir. (Aldeia, Terras e Bichos)   (Jerónimo Costa)

AUGUSTO HILÁRIO

Augusto Hilário da Costa Alves, nasceu em Viseu, na Rua Nova, em Janeiro de 1864. A data do seu nascimento continua envolta num mistério e é por enquanto uma incógnita, uma vez que o registo de baptismo refere que foi “exposto na roda desta cidade, pelas cinco horas da manhã. Do dia sete do dito mês e ano”, tendo sido baptizado a 15 de Janeiro, pelo pároco da Sé, com o nome de Lázaro Augusto, sendo padrinhos João da Costa, sacristão, e Maria Alexandrina.

Foi ao receber o crisma, em 26 de Maio de 1877, que mudou o nome para Augusto Hilário.

Na certidão de óbito desfazem-se as dúvidas sobre a sua filiação pois aí aparece já como filho legítimo de António da Costa Alves e de Ana de Jesus Mouta. Hilário fruto de uma aventura pré-matrimonial foi exposto na “Roda” mas mais tarde reconhecido.

Seu pai era comerciante e possuía um botequim anexo à casa que habitava na Rua Nova, onde Hilário passou a sua infância. Rua hoje conhecida como Rua Nova do Hilário.

Na sua juventude frequentou o Liceu de Viseu, onde fez os estudos preparatórios para a admissão à Faculdade de Filosofia, sem êxito. Foi para Coimbra no ano letivo de 1889/90 onde fez o exame do Liceu tendo como examinadores Manuel Celestino Emídio, Maximiano de Aragão e Clemente de Carvalho. Fez uma prova admirável sendo aprovado com distinção. Matriculou-se em Medicina e para fazer face à falta de recursos económicos assentou praça na Marinha Real para poder passar a ter um subsídio estatal.

A sua veia de fadista e trovador passou a ser conhecida o que lhe valeu o cognome de “Rei da alegria” pela Academia Coimbrã. O seu esmerado trato e a sua cordialidade fizeram dele o grande animador dos serões académicos. Interpretou poemas de Guerra Junqueiro, António Nobre, Fausto Guedes Teixeira, João de Deus e da sua autoria.

Quando foi prestada a homenagem nacional ao poeta João de Deus, no Teatro D. Maria II, em Lisboa, Hilário foi o animador de serviço. O êxito foi tal que a multidão se levantou para o aclamar. O calor humano que se gerou à sua volta foi de tal ordem que a sua guitarra se perdeu no meio da multidão e dela nada mais se soube. Por isso em 2 de Junho de 1895, o Ateneu Comercial de Lisboa ofereceu-lhe aquela que viria a ser a sua derradeira guitarra e que se encontra atualmente no Museu Académico de Coimbra, por especial deferência da sua família.

Como poeta escreveu inúmeros poemas e quadras primorosas destacam-se o Fado Hilário, Novos Fados do Hilário e a Carteira de um Boémio cujo manuscrito se perdeu. Atuou em Viseu, Coimbra, Lisboa, Leiria, Espinho, Figueira da Foz, entre outros lugares. A vida de boémia foi-lhe fatal. Adoeceu gravemente e veio a falecer em 3 de Abril de 1896, pelas 21 horas, na sua casa da Rua Nova, em Viseu, vítima de “icterícia grave hypertermica”.

Frequentava então o 3º Ano da Escola Médica da Universidade de Coimbra e era Aspirante na Escola Naval.

O seu funeral foi uma imponente manifestação de solidariedade onde uma imensa multidão o acompanhou até à sua última morada no cemitério da cidade de Viseu. O Regime de Infantaria 14 prestou as devidas honras militares. O discurso fúnebre ficou a cargo dos Drs. Alberto Pádua, Alfredo Pires, Jerónimo Sampaio e Ricardo Gomes.

Em carta de condolências datada de 5 de Abril de 1896, remetida de Mangualde à mãe de Hilário pelos seus colegas e escrita pelo punho do Dr. Valentim da Silva é feita a síntese do sentimento académico de então: “Está de lucto a mocidade portugueza!”.

Relembrar a figura de Augusto Hilário é um dever de todo o viseense que preze os seus valores ancestrais e uma obrigação de todos os Confrades Grãovasquenses, ou não fosse ele o patrono do concelho de Artes e Tradições.

Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco”

Breve Historial

 

Aos dezanove dias do mês de Abril do ano 2002 nasceu em Viseu a Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco”, uma nova agremiação cultural que visa a preservação da cultura tradicional da Beira, em todas as suas vertentes. A escritura pública foi oficializada pelo notário do 2.º Cartório de Viseu, Dr. Sebastião Antunes, na Casa da Ribeira. Três dias depois, a 22 de Abril de 2002, a Confraria iniciou as suas atividades.

De acordo com os seus objetivos, esta nova instituição tem os seguintes propósitos:

Art.º 1.º – A Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco” é uma associação cívica e cultural, sem fins lucrativos, de caráter privado. Tem a sua sede em Viseu, podendo criar delegações ou representações noutras localidades quando tal seja considerado necessário ou conveniente para a prossecução dos seus objetivos.

Art.º 2.º – A Confraria tem como patrono o excelso pintor renascentista Vasco Fernandes, o Grão Vasco.

Art.º 3.º – A Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco” visa:

1 – Promover e divulgar a gastronomia tradicional da Beira nas suas diversas componentes assim como os vinhos e bebidas espirituosas produzidas em terras beirãs”;

2 – Investigar e pugnar pela genuinidade da culinária autóctone da Beira”;

3 – Patrocinar a recolha de usos e costumes tradicionais dando-lhe a respectiva divulgação”;

4 – Incentivar a edição de trabalhos audiovisuais e escritos sobre cultura regional”;

5 – Realizar acções de carácter cultural que consubstanciem a defesa e a preservação do património gastro-enófilo da Beira”;

6 – Incrementar de forma pedagógica junto dos estabelecimentos de restauração e afins a preservação da gastronomia beirã”

A Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco”, tem vindo a desenvolver atividades que honram o compromisso assumido há treze anos aquando da sua criação. As iniciativas centram-se essencialmente na vertente cultural, onde destacamos os Capítulos Temáticos, o Festival do Caldo, as Publicações várias (onde distinguimos A Importância das Confrarias Báquicas e Gastronómicas na Promoção Turística, Á Mesa com Isabel Silvestre, Alafum de Prazeres, Artes e Tradições Portuguesas I e II – publicações de 2 Congressos, Alexandre Alves – Investigador, Cônsul Aristides de Sousa Mendes, Tributo a Aristides de Sousa Mendes, Arnaldo Malho – Artes e Artistas de Viseu, Malhando o Ferro com Arnaldo Malho, Sete Olhares Sobre Viseu, oito publicações sobre o Festival do Caldo, As Plantas do Nosso Contentamento, João Alves Madeira um Homem de Viseu, Encontros com / no Tempo de João Meruje, O Pratinho da Zirpela e o Mundo Rural de Odete Madeira).

A atribuição do prémio “Beirão de Mérito” a entidades e personalidades que se destacam em diferentes áreas culturais, desportivas, sociais, empresariais. De dois em dois anos a Confraria atribui os Beirões de Mérito por altura do seu aniversário.

Já foram efetuadas nove Entronizações (6 realizadas em Viseu e 3 realizadas em Terras de Vera Cruz), sendo este, um momento alto da Confraria, uma vez que são entronizadas diversas personalidades e instituições, como confrades e comendadores.

Ao longo do ano são realizados 4 capítulos, correspondentes às estações do ano onde, para além da promoção da nossa gastronomia em restaurantes locais há sempre uma parte cultural com intervenções de oradores durante o jantar que debatem vários assuntos temáticos.

Contudo, de alguns anos a esta parte, a Confraria também se tem dedicado aos problemas sociais da sua área geográfica, levando, Natal após Natal, cabazes com bens alimentares essenciais à elaboração da Ceia de Natal e brinquedos (caso haja crianças) a famílias carenciadas. Para tal muito têm contribuído as ofertas de muitos confrades residentes em Portugal e no Brasil.

A Confraria tem a sua vertente cultural através da Tuna “Sabores da Música”. Esta Tuna é a imagem da dinamização lúdica da Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco”, ligada ao Conselho de Artes e Tradições, no setor “Arca de Saberes da Música”.

Este Conselho tem como patrono o grande boémio, poeta e fadista viseense Augusto Hilário.

Como grupo de cantares, “Sabores da Música”, visa não só desenvolver harmonicamente as capacidades lúdicas e artísticas dos seus componentes mas também promover a divulgação, preservação e valorização da música tradicional portuguesa.

O seu objetivo primeiro é investigar, preservar e divulgar as tradições beirãs, com especial ênfase no aspeto da tradição musical.

Para além de dinamizar os eventos da Confraria, a Tuna tem já um vasto percurso de atuações quer em Portugal quer no estrangeiro, onde se pode destacar a deslocação a França e ao Luxemburgo. Este Grupo encontra-se disponível para colaborar com todas as entidades que a solicitem.

A Confraria, atualmente, é composta por mais de 400 elementos, entre Confrades e Comendadores de origem beirã espalhados por todo o país e estrangeiro. No que diz respeito aos Comendadores, gostaríamos de referir, também, alguns Embaixadores dos PALOPS, que com reconhecimento e satisfação, aceitaram o convite para fazerem parte desta, já grande, família. De salientar ainda as relações de amizade e cooperação que a Confraria tem com as embaixadas dos Emirados Árabes Unidos, do Iraque, da Indonésia e sobretudo do Brasil em Portugal, assim como outras Instituições portuguesas e estrangeiras.

É de salientar também a participação ativa da Confraria na geminação da Câmara de Viseu e do Rio de Janeiro em 10 de dezembro de 2010, na Câmara do Rio de Janeiro e em 18 de maio de 2012 na Câmara de Viseu.

A Casa de Viseu no Rio de Janeiro e a Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco”, para além dos fortes laços que as unem, têm assinado desde 24 de junho de 2009, um protocolo de representatividade recíproca. Estes laços têm sido reforçados com a realização do I Capítulo Geral de Entronização levado a cabo na cidade do Rio de Janeiro, a 7 de Março de 2010, do II Capítulo Geral de Entronização realizado na mesma cidade a 24 de Março de 2013, tendo sido também realizada em 12 de julho de 2015 a III Entronização. Neste momento, no Rio de Janeiro e noutros Estados Brasileiros, contamos com cerca de 100 Confrades e Comendadores.

Estas iniciativas só foram possiveis graças ao empenho que o nosso Beirão de Mérito e nosso Embaixador António Cardão, empresário de sucesso naquele país, pôs nesta nova ligação à terra mãe através da Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco”. Para além disso, sob a presidência do Dr. Flávio Alves Martins, a nova diretoria da Casa de Viseu conta com o Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco”, no cargo de Diretor de Relações Públicas.

A Casa de Viseu no Rio de Janeiro atribui em tempos o título de sócio honorário e Sócio Proprietário ao Almoxarife Prof. José Ernesto. Foi-lhe também atribuido o título de sócio honorário do Clube Português de Niteroi.

Devido a todo este excelente trabalho de cooperação, foi o nosso Almoxarife, Prof. José Ernesto, distinguido no dia 10 de Junho de 2014, em reunião realizada na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, com o título de cidadão honorário da cidade do Rio de Janeiro, por proposta da Dr.ª Teresa Bergher, natural de Penalva do Castelo, no coração da Beira Alta, Vereadora do Município do Rio de Janeiro e Comendadora da nossa Confraria.

Também é de destacar o convite de outros clubes do Rio de Janeiro com quem mantemos relações muito cordiais e amigas, em que são nossos Confrades, nomeadamente:

– Clube Português de Niteroi na pessoa do seu Presidente da Assembleia Geral, Comendador Orlando Cerveira;

– Casa das Beiras na pessoa do Sr. Luís Ramalhoto, Vice-presidente da Direção;

– Arouca Barra Clube na pessoa do Sr. Presidente da Assembleia Geral, Sr. César Soares;

– Presidente e Secretária da Direção da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, respetivamente Sr. António Paiva e Dra. Luísa Coimbra.

Por quatro vezes fomos corresponsáveis pela organização e realização do Curso Mundial de Formação de Dirigentes Associativos da Diáspora levado a cabo, o primeiro nas cidades de Viseu e Lisboa, o segundo e terceiro em Lisboa e o quarto nas cidades de Lisboa, Foz do Arelho e Caldas da Rainha. Por isso, de há três anos a esta parte, também é nossa preocupação colaborar, sempre que solicitados, com as associações criadas pelos portugueses da diáspora de forma a minimizar não só as distâncias que os separam da terra mãe mas sobretudo dando resposta a tantas lacunas culturais que muitos sentem em relação aos usos e costumes dos nossos antepassados beirões.

Por este motivo foi constituída uma Federação das Associações da Diáspora com sede em Viseu, onde foram assinados os seus Estatutos, no dia 5 de agosto de 2014, através de escritura pública, num Notário desta cidade e com a concordância dos sócios fundadores.

Esta Federação está sediada em Viseu, na Confraria, por decisão unanime de todos os seus participantes. Realizaram-se eleições para esta organização no dia 6 de dezembro de 2014 através de voto eletrónico. No dia 5 de março de 2015 realizou-se a tomada de posse no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, com a presença de todos os elementos dos Corpos Sociais. Estiveram presentes também o Sr. Secretário de Estado das Comunidades, Sr. Secretário de Estado da Juventude e elementos do corpo diplomático sedeado no próprio ministério. Todo este processo foi coordenado pelo nosso Almoxarife da Confraria Saberes e Sabores da Beira Grão Vasco, Prof. José Ernesto, primeiro como Presidente da Comissão Instaladora e depois como Presidente da Assembleia – geral desta Federação da Diáspora Portuguesa.

O seu principal objetivo será dinamizar e divulgar a nossa cultura, música, gastronomia e tradições populares em parceria com todos os intervenientes, junto das nossas comunidades associativas espalhadas pelo mundo e criar intercâmbios para a consolidação das nossas tradições.

Graças a este trabalho com as comunidades portuguesas além-fronteiras, a Confraria está, neste momento, representada em 22 países (Brasil, Argentina, Venezuela, EUA, Canadá, África do Sul, França, Alemanha, Suíça, Luxemburgo, Inglaterra, Macau, Bélgica, Espanha, Andorra, Dinamarca, Uruguai, Angola, Moçambique, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Indonésia).

Recentemente esteve representada no Canadá, na pessoa do seu Almoxarife, professor José Ernesto. O convite partiu da Casa das Beiras de Toronto, numa formação sobre tradições populares portuguesas. Nesta iniciativa, para além dos formadores idos de Portugal e do Assessor do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Governo, estiveram presentes os ensaiadores e responsáveis técnicos de 20 clubes portugueses locais, tendo decorrido diversas ações de formação de folclore, de cultura e gastronomia. O seu Presidente da Direção, Sr. Bernardino Nascimento, também nosso Confrade, estabeleceu em nome da Casa das Beiras, antigo Clube Académico de Viseu em Toronto, um Protocolo de representatividade recíproca com a Confraria Saberes e Sabores da Beira Grão Vasco.

            A Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco” tem, desde há algum tempo, um representante na Suíça, na pessoa do nosso amigo e Confrade Jorge Rodrigues. Esperamos que esta parceria que agora se inicia venha a dar frutos no sentido da promoção da nossa cultura, da nossa gastronomia e dos nossos vinhos.

            Com esta relação confrádica esperamos também que haja uma representatividade recíproca entre as Confrarias que cada um de nós representa, à semelhança do que já existe entre a Confraria de Saberes e Sabores da Beira, “Grão Vasco” e a Casa de Viseu no Rio de Janeiro.

         Por todas estas razões é, pois, com muita honra que aceitámos o convite de apadrinhar esta nova Confraria dos Saberes e Sabores de Portugal, em Zurique e formulamos votos dos melhores sucessos na preservação, defesa e divulgação da nossa cultura em terras alpinas. Foi realizado no dia 26 de junho de 2015 a I Entronização da nossa confraria irmã em Zurique, que contou com a presença do Sr. Secretário de Estado das Comunidades, do Sr. Presidente da Câmara de Viseu, do Sr. Consul em Zurique e personalidades locais, tendo sido entronizados cerca de 40 confrades naquele país.

A pedido de dirigentes da diáspora, estão a ser preparadas futuras Entronizações em New Jersey, Luxemburgo e Argentina, no Clube Português de Esteban Echeverria em Buenos Aires entre outros.

Estamos também a elaborar um protocolo de representatividade recíproca com a CPL de Luxemburgo e um clube da Argentina (Clube Português de Esteban Echeverria). Na presente data a Confraria assinou 5 protocolos, nomeadamente com a Casa do Distrito de Viseu no Rio de Janeiro, Confraria Feminina do Vinho e do Espumante de Ferropilha – Brasil, Casa das Beiras de Toronto – Canadá, Confraria dos Saberes e Sabores de Portugal em Zurique – Suiça e Confraria Feminina do Vinho de Curitiba – Brasil. Todas estas Instituições estiveram presentes na nossa Confraria em Viseu.

Sem falsas modéstias, consideramos estar a fazer um ótimo trabalho em prol da nossa Beira e do nosso País. Exemplo disso são os muitos convites recebidos para apadrinhar novas Confrarias, para participar em inúmeros eventos a nível nacional e para coorganizar eventos a nível internacional com diversos clubes espalhados pelo mundo.

Todo este trabalho só é possível levar a cabo com a colaboração de uma equipa coesa onde o espírito de amizade, entreajuda, lealdade e altruísmo predomina. Também é justo referir o contributo, o apoio e o incentivo de diversas entidades públicas, e privadas, nomeadamente a Câmara Municipal de Viseu e Secretaria de Estado das Comunidades, para revitalizar tão justa e nobre causa.

Esperamos, também, poder continuar a recolher, preservar, promover e divulgar tudo o que à área da cultura popular e tradicional diz respeito, pois a nossa Cultura é e será sempre a marca que nos distinguirá de todos os outros povos.

 Estatutos da Confraria

 

Tuna Sabores da Música

A Tuna “Sabores da Música” é um grupo de cantares de música tradicional portuguesa que integra a Confraria de Saberes e Sabores da Beira “Grão Vasco”. A tuna está inserida nas valências do Conselho de Artes e Tradições, cujo patrono é Augusto Hilário, afamado poeta e fadista viseense.
Como grupo de cantares, visa desenvolver as capacidades artísticas dos seus elementos no sentido de preservar, promover e valorizar a música tradicional, investigando e divulgando os usos e costumes do nosso povo, com ênfase na tradição musical. Desde a sua criação em 2002, a Tuna Sabores da Música participa nos eventos da Confraria de Saberes e Sabores da Beira, marcando presença, também, em encontros com outras confrarias.
A Tuna tem participado em atividades organizadas por diversas associações e instituições, tais como a “Feira da Castanha e do Mel” em Lustosa, a “Feira à Moda Antiga” em Viseu, as várias edições do “Festival do Caldo” no Pavilhão do INATEL, o “1º Encontro Peninsular do Movimento Confrádico, Gastronómico, Enófilo e Cultural” e o “Encontro Luso-galaico”, ambos no Solar do Vinho do Dão. Colabora anualmente em diversos Encontros de Janeiras e já representou Viseu na Bolsa de Turismo de Lisboa.
O grupo Sabores da Música tem uma forte ligação à cidade que representa, sendo frequentemente solicitado para participar em atividades organizadas pelo Município de Viseu, tais como a “Feira de São Mateus”, o “Viseu Naturalmente”, as “Festas das Freguesias”, entre
outros.
Tendo a Confraria parceiros além-fronteiras, a tuna já transportou consigo a valorização da música tradicional a locais como Pau, Bordeaux, Toulouse, Louchon , Paris e
Luxemburgo. Ao longo do percurso cultural que tão bem caracteriza o grupo, são inúmeras as colaborações de cariz social que lhe estão associadas, animando e colaborando com diversas associações de apoio a pessoas com deficiência, lares e centros de dia. Foi também convidado pelos canais de televisão SIC e RTP1 a participar e atuar ao vivo no programa da manhã da Fátima Lopes e na Praça da Alegria. Dentro do seu âmbito, a Tuna está sempre disponível para colaborar com iniciativas recreativas, culturais e sociais e com as instituições que o solicitem.

A Chantre,
Catarina Barros