A importância das Confrarias Gastronómicas é hoje inegável. De norte a sul de Portugal, e por todo o mundo, representando várias comunidades, as Confrarias são uma oportunidade de abolir fronteiras, mesclar culturas e afirmar identidades. São património nacional e constituem uma forma organizada e honrosa de proteger o rico património gastronómico e cultural português.
Em Viseu, a Confraria de Saberes e Sabores da Beira “Grão Vasco” tem assumido, em articulação com a promoção turística e cultural, a defesa de técnicas, práticas e valores associadas a um dos nossos maiores patrimónios – a Gastronomia. E se este património é uma peça chave na valorização do território, dar a conhecer o trabalho e as atividades que as Confrarias desenvolvem, em prol da promoção dos produtos endógenos e das regiões, é também importante.
Pelo País, a Confraria “Grão Vasco” tem percorrido, ao longo dos últimos meses, inúmeros territórios. Os seus confrades têm dito ‘presente’ em diversos Capítulos e momentos de especial sabor. Enquanto promotora de diversos produtos e de uma Região inteira, a nossa Confraria continua, assim, a ser cultura, continua a ser história e continua a criar fortes relações.
Recentemente, numa justa homenagem, marcámos presença na inauguração do Museu Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, – a convite do senhor presidente da Câmara Municipal, Paulo Catalino Ferraz, – que contou com a presença de Sua Excelência o Presidente da República, Prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, bem como a senhora Ministra da Cultura, Dra. Dalila Rodrigues, do senhor Secretário de Estado das Comunidades Portugueses, Dr. José Cesário, e outras entidades nacional e internacionais. Neste dia tão importante, levámos até Cabanas de Viriato a história de Aristides num livro, traduzido em francês no ano passado, e oferecemo-lo ao seu neto Gerald Mendes. Em honra deste Homem que abriu o caminho da paz, da esperança e da solidariedade, fizemos também a entrega desta obra ao Sr. Presidente da República e à Ministra da Cultura, Dra. Dalila Rodrigues.
No mês de julho, estivemos em Oliveira de Frades, no “Churrasquinho”, com a Confraria Gastronómica do Frango do Campo, e em Carregal do Sal, no Capítulo da Confraria Gastronómica e Enófila de Terras de Carregal do Sal. Percorrendo os meses de junho e maio, a Confraria “Grão Vasco” marcou presença em Moimenta da Beira, no Capítulo da Confraria da Maça Portuguesa, em Oleiros, no VI Capítulo da Confraria Gastronómica do Cabrito Estonado, em Vouzela, no XXV Capítulo da Confraria dos Gastrónomos da Região de Lafões, em Lamego, no IV Capítulo de Entronização da Confraria Gastronómica, em Ribeira Del Duero, (Espanha) no Capitulo da Confradia del Vino de Lá Ribeira Del Duero.
A Confraria tem também solidificadas relações com as comunidades da nossa Diáspora, com quem partilhamos cultura, artes e tradições – os verdadeiros embaixadores das diversas Confrarias Irmãs que temos espalhadas por todo o Mundo.
A 10 de junho, Dia de Portugal e das Comunidades, recebemos com alegria a notícia de que a nossa Confraria (Irmã) Saberes e Sabores da Beira “Grão Vasco” da Casa das Beiras de Toronto desfilou nas Avenidas desta cidade, no Canadá, para jubilo dos populares presentes.
No âmbito das comemorações dos 22 anos da Confraria “Grão Vasco”, foi também assinado um protocolo de colaboração e representação recíproca com a Confraria Gastronómica de Sabores Portugueses no Luxemburgo. Através da partilha de conhecimento, da dinamização de atividades e da recuperação de tradições gastronómicas, o estreitar de relações institucionais continua a ser uma prioridade.
Sabemos que a coesão de gostos e sentimentos são essenciais para a implantação e o trabalho contínuo duma Confraria Gastronómica. Sabemos também que estas Confrarias são herdeiras de um património inigualável, de uma imaterialidade que se transfigura na alimentação. Desta forma, por Viseu e pela Região, a Confraria “Grão Vasco” continua, a cada dia, a honrar estas tradições – percebendo-as, contextualizando-as e alcançando o seu pleno significado. Prova disso são os mais de 20 livros editados sobre as nossas artes e tradições seculares.
A pensar no presente, queremos continuar a projetar o futuro, a olhar para todo o trabalho já realizado, mas com foco em abrir novos caminhos de ação, para que nunca desapareçam as tradições em torno da nossa cultura e gastronomia.