Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ está a comemorar 20 anos

Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ está a comemorar 20 anos

Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ está a comemorar 20 anos

A Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, com sede em Viseu, está a comemorar o seu vigésimo aniversário, numa altura que marca o reinício das suas atividades, após a pandemia. Este sábado promoveu o Capítulo da Primavera, inicialmente marcado para abril, que culminou num almoço num restaurante da cidade.

 

Esta iniciativa contou com mais de meia centena de confrades, mas também diversas entidades estiveram representadas, nomeadamente a Câmara de Viseu, Freguesia de Viseu e Federação das Confrarias Gastronómicas de Portugal. Henrique Monteiro, jornalista e ex-diretor do Jornal Expresso, foi o convidado como conferencista e abordou o tema “A nossa Terra”.

A Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ foi fundada a 19 de abril de 2002 por 135 sócios fundadores, realizou a primeira entronização a 15 de outubro de 2003, na Sé de Viseu. Foi o início de uma longa caminhada. Foram 20 anos marcados por muito trabalho, dedicação e resiliência.

Na sua intervenção, o Almoxarife, José Ernesto Silva, elencou as diferentes iniciativas levadas a cabo ao longo de duas décadas, que visaram sempre a promoção e divulgação dos saberes e sabores da Beira, desde o Festival do Caldo à edição de mais de duas dezenas de livros sobre as tradições, usos e costumes da região.

José Ernesto Silva lembrou que ao longo destes 20 anos “promovemos vários capítulos internos anuais, que contaram com a participação de personalidades de relevo nacionais e internacionais; realizámos diversos Festivais do Caldo, iniciativa pioneira de promoção e divulgação de um dos mais completos pratos da nossa tão variada gastronomia; organizámos quatro cursos para dirigentes associativos da nossa Diáspora e estamos hoje representados em mais de 30 países, tendo assinado protocolos de cooperação e representação com diversas Associações espalhadas por diversos países, da Europa, Médio Oriente, Africa e Américas. Divulgámos os produtos endógenos da nossa região, cá e além-fronteiras, juntámos pontas, promovendo encontros entre empresários portugueses e estrageiros, e editamos mais de duas centenas de livros. Diria que, com a ajuda de muitos, temos obra feita nestes 20 anos”, salientou José Ernesto Silva.

O Almoxarife deixou uma mensagem de esperança quanto ao futuro. “Agora, há que olhar em frente, com arrojo e esperança. Arrojo, porque os desafios a que o associativismo atravessa são muitos e há que dar continuidade ao trabalho realizado, mas também de esperança numa nova geração, com ideias e propostas novas, que levará a nossa Confraria a outro patamar. Prevejo um futuro risonho, pois o conhecimento adquirido faz me acreditar que assim seja”, frisou.

Henrique Monteiro, nascido em Lisboa, mas com raízes (profundas) em Viseu e Vila Nova de Paiva, promoveu uma viagem pelo passado e pelo presente, sob o mote “A nossa Terra”, numa intervenção que prendeu os presentes, não só com factos históricos, mas também recordando os seus tempos de infância por Tondela, Viseu e Vila Nova de Paiva.

Nas diversas intervenções, José Coelho, Conferente da Confraria, destacou o seu caráter internacional, de aproximação às comunidades portuguesas. João Garcia Mendes, presidente do Conselho Consultivo, agradeceu e elogiou o trabalho desenvolvido pelo Almoxarife, José Ernesto Silva, enquanto António Vidal, Grão-Mestre da Confraria, evidenciou a importância da Confraria para a região e para o país.

Nos discursos institucionais Carlos Almeida, vice-presidente da Federação das Confrarias Gastronómicas de Portugal, destacou o trabalho levado a cabo pela Confraria Grão Vasco, mas também a sua importância no panorama confrádico nacional. Já Mota Faria, presidente da Assembleia Municipal de Viseu, destacou “os princípios e os valores” que levaram à criação da Confraria, destacando o seu papel “enquanto embaixadora de Viseu e da região” no país, mas também, e “com especial incidência” junto das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.

Por fim Mara Almeida, vereadora da Câmara de Viseu, deu os parabéns à Confraria Grão Vasco, elogiando o trabalho feito ao longo de duas décadas “na promoção e valorização dos nossos saberes e sabores”, mas também “honrando o nome de Viseu e da região pelo mundo”.

Destaque também para a Tuna Sabores da Música. Nascida no início da fundação da Confraria, a Tuna tornou-se numa das referências no panorama da música tradicional da nossa região, sob a égide de Catarina Barros. Atuou em vários palcos nacionais, mas também no estrangeiro, nomeadamente em França e Luxemburgo. Num ato de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido em prol dos saberes da região, e da sua importância para a cultura musical da região, a Confraria entregou diplomas aos membros da Tuna.

Durante o repasto, o almoxarifado surpreendeu José Ernesto Silva com uma lembrança, num ato simbólico, mas de grande relevância e agradecimento, que destaca o seu trabalho à frente da Confraria durante estes 20 anos.

O Capítulo começou com uma missa, que lembrou os confrades já falecidos, e fechou com a entrega de diplomas a alguns dos Confrades fundadores ainda vivos. De destacar a presença da Eunice Rocha (Curitiba), da Confraria Grão Vasco da Casa de Viseu do Rio de Janeiro.

O próximo ato de relevo da Confraria Grão Vasco será o Capítulo de Entronização de novos Confrades e Comendadores previsto para outubro/novembro.